terça-feira, 3 de maio de 2011

Já que todos estão falando - O meu ponto de vista sobre OBama Bin Laden

Irritadíssima com a mentalidade burra e inocente dos americanos, achei esse artigo no http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=970 que coloca em palavras bem articuladas e fatos reais muitas coisas que eu estava me indagando.



A segunda morte de Osama Bin Laden
por Paul Craig Roberts, terça-feira, 3 de maio de 2011


"Se ontem fosse 1º de abril e não 2 de maio, a notícia de que Osama bin Laden havia sido morto durante um tiroteio no Paquistão e rapidamente "enterrado no mar" poderia ter sido facilmente descartada como mais um trote do dia da mentira. No entanto, da maneira como a notícia vem sendo recebida, é realmente preciso aceitá-la como mais um evidência de que o governo americano possui uma crença ilimitada na ingenuidade de seus súditos.

Apenas pense. Quais as chances de uma pessoa que sofria de doenças renais, que necessitava de diálise e que, mais ainda, sofria de diabetes e pressão baixa, ter sobrevivido dentro de esconderijos montanhosos por uma década? Se Bin Laden era capaz de adquirir equipamentos para diálise e para os tratamentos médicos que sua saúde delicada exigia, será mesmo que a remessa de todo esse equipamento não poderia ser rastreada, apontando sua localização? Por que demoraram dez anos para encontrá-lo?


Considere também as alegações, repetidas exaustivamente por uma mídia triunfalista que celebrava a morte de Bin Laden, de que "Bin Laden utilizou seus milhões para financiar campos de treinamento terrorista no Sudão, nas Filipinas e no Afeganistão, enviando 'guerreiros sagrados' para fomentar a revolução e lutar junto a forças fundamentalistas muçulmanas no Norte da África, na Chechênia, no Tajiquistão e na Bósnia." São muitas atividades para apenas meros milhões financiarem. Com tamanha competência administrativa, talvez os EUA devessem tê-lo nomeado diretor do Pentágono...


Porém, a questão principal é essa: como Bin Laden conseguia movimentar seu dinheiro? Qual sistema bancário o estava ajudando? O governo americano sempre consegue confiscar os ativos de pessoas e até mesmo de países inteiros, como ocorreu mais recentemente com a Líbia. Por que não conseguiu fazer isso com Bin Laden? Será que ele simplesmente andava carregando saquinhos com $100 milhões de dólares em moedas de ouro e enviava emissários para distribuir os pagamentos? Era assim que ele financiava suas operações vastas e amplamente distribuídas pelo mundo?

A notícia de ontem exalava todo o odor característico dos eventos cuidadosamente ensaiados antes de serem encenados. O cheiro forte estava impregnado nas notícias triunfalistas e carregadas de inebriantes exageros nacionalistas, com manifestantes balançando bandeiras e gritando "USA, USA". Será que há algo mais por trás disso?

Os americanos estão tão encantados com a morte de Bin Laden que nem sequer pararam para pensar por que informações que teoricamente vinham sendo coletadas há anos demorariam tanto para finalmente descobrir que o alvo estava supostamente morando em uma construção de mais de um milhão de dólares, equipada com aparelhos de comunicação de última geração, e próxima à Academia Militar Paquistanesa! Supostamente, o "criminoso mais procurado do mundo" não ficava entrando e saindo de esconderijos, movendo-se de um lugar para o outro em montanhas desoladas, mas, sim, estava abrigado em alojamentos luxuosos em plena luz do dia. Ainda assim, não obstante sua óbvia localização, a CIA levou anos para encontrá-lo, após supostamente ter obtido informações da localização de Bin Laden por meio de prisioneiros mantidos em prisões secretas.
Após o suposto cadáver ter sido jogado no mar para "respeitar as tradições islâmicas" — lembre-se que, com Saddam Hussein, igualmente islâmico, não houve hesitação em mostrar fotos de seu corpo —, nada mais resta senão a palavra do governo americano, o qual mentiu sobre as armas de destruição em massa e sobre as conexões da al-Qaeda, sobre os reatores nucleares e a bomba atômica do Irã, e, de acordo com vários especialistas, sobre o 11 de setembro. Devemos acreditar que repentinamente o governo passou a falar a verdade ao anunciar a morte de Bin Laden?

Não há dúvidas de que o presidente Obama está desesperado por uma vitória. Ele cometeu o erro básico, tipicamente tolo, de recomeçar a guerra no Afeganistão. Após uma década de infindáveis batalhas, os EUA estão em um impasse, um genuíno beco sem saída. Para muitos, a situação era de derrota. As guerras dos regimes Bush/Obama arruinaram financeiramente os EUA, gerando déficits orçamentários monstruosos e um dólar em contínuo e permanente declínio. E as eleições presidenciais já serão no ano que vem.

As várias mentiras e enganações criadas pelos últimos governos, como as tais "armas de destruição em massa", trouxeram terríveis consequências para os EUA e para o mundo. Porém, nem todos os enganos são os mesmos. Lembre-se: o único motivo apresentado para invadirem o Afeganistão era capturar Bin Laden. Agora que o presidente Obama declarou que Bin Laden foi morto com dois tiros na cabeça — disparados por forças especiais americanas operando em um país independente — e enterrado no mar, não há mais motivos para que a ocupação do Afeganistão continue.

É possível que o acentuado declínio do dólar nos mercados internacionais tenha forçado o governo americano a fazer alguns reais cortes no orçamento, os quais só poderiam advir da interrupção de algumas de suas várias guerras sem fim. Enquanto o dólar ainda não havia chegado a esse ponto insustentável, Osama Bin Laden, que muitos especialistas acreditavam já estar morto há anos, teve uma ótima serventia como o perfeito bicho-papão, sempre sendo invocado para manter a população em estado de permanente alerta e, com isso, garantir ótimos lucros para o complexo industrial-militar americano.


Paul Craig Roberts ( o autor desse artigo) foi assistente do Secretário do Tesouro dos EUA durante o governo Reagan e editor associado do The Wall Street Journal. Durante as duas últimas décadas, especializou-se em relatar e denunciar abusos governamentais. Seu livro, The Tyranny of Good Intentions, documenta como os americanos perderam a proteção de seus direitos fundamentais.

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